
Morar em Londres, mas deixar a faculdade que sempre desejou, a profissão dos sonhos e certa estabilidade. Quem trocaria isso por uma aventura cheia de dúvidas?
Aos 26 anos, Beatriz escolheu essa troca. A jornalista tinha em seu coração o desejo nada secreto de conhecer o mundo. Mas, o começo dessa jornada tinha que ser em um lugar específico: o Reino Unido.
Desde a adolescência, morar em Londres não saia dos seus planos. O céu nublado, as construções diferentes e as manhãs frias eram algo que ela precisava ver pessoalmente.
O Reino Unido a chamava de um jeito que ela nem conseguia explicar. E tudo isso se intensificava a cada filme ou clipe que ela assistia e que tinha sido gravado por lá.
Como tudo aconteceu
Depois de cinco anos como repórter em um jornal da sua cidade, decidiu que era hora de viver a experiência que planejava desde o seu primeiro salário.
Para não perder a coragem, fez tudo de forma rápida. Tirou o passaporte, pediu para sair do emprego e com muito cuidado contou sobre a sua decisão para os pais e o irmão mais velho.
E então, como um truque ágil de mágica, trocou as ruas agitadas de São Paulo para encarar o desconhecido onde sempre quis estar, com a certeza de que nada poderia tirar a magia daquele momento.
Mas, a realidade de morar em Londres se provou diferente. E o primeiro balde de água fria veio logo nos primeiros dias, quando se sentiu deslocada e sozinha.
E, em meio a uma estranha beleza melancólica, as ruas silenciosas eram a sua melhor companhia.
Morando em Londres
Aos poucos sua rotina foi tomando forma. A disciplina no transporte público a surpreendia tanto quanto as lindas paisagens cinzentas que via pelas janelas dos ônibus. Cada canto da cidade era um contraste do que sempre conheceu. Ou seja, a energia vibrante de São Paulo parecia se perder na atmosfera reservada e, muitas vezes, fria dos ingleses.
O segundo obstáculo foi o inglês, que parecia fluente e se tornava desafiador nos detalhes. Assim, ela entendeu que o idioma que tanto estudou no Brasil tinha particularidades que a faziam se sentir estrangeira até nas palavras.
Mas, nessa história toda ainda tinha espaço para mais barreiras. Dessa vez, na área profissional.
O trabalho não veio fácil e a Bia batalhava constantemente para encontrar uma oportunidade longe de seu país de origem. As primeiras chances foram de vagas temporárias, que a ajudavam financeiramente, mas estavam muito distantes do que ela gostaria de fazer.
E enquanto esperava a porta certa abrir em sua vida, ela se dividia entre um restaurante e algumas noites em claro como freelancer revisando textos que a faziam lembrar do seu antigo emprego no jornal.
Seu trabalho, seu conforto
Aliás, esse foi o atalho mais lindo para que ela continuasse se sentindo em casa, mesmo muito longe dela. A cada palavra revisada ou escrita, ela se lembrava dos motivos que a levaram a se arriscar e viver o sonho de morar em Londres.
Nas horas livres, Bia corria para explorar a cidade e aproveitar todas as vantagens de morar em Londres. Andava pelas ruas admirando cada espaço que sempre desejou conhecer ao vivo. Além disso, preferia o refúgio dos parques ou se perdia nos brechós de Camden Town.
Em momentos de solidão, ela se sentava na grama, olhava ao seu redor e sentia que o mundo era grande demais para se sentir tão pequena. Nesses momentos, ela olhava para o horizonte e se permitia lembrar do Brasil. E pensar no Brasil trazia junto todas as lembranças dos pais e do seu irmão, que tanto a incentivaram a viver essa aventura.
E era através desses momentos de inspiração, que ela juntava forças para ligar para a família. Mas, buscava ser breve, para não correr o risco de se emocionar.
Lidando com a saudade
Sua mãe, em sua sabedoria tão doce, sempre dizia que a saudade era uma prova do quanto ela era amada. E a Bia começou a ver, naquela ausência, uma conexão que atravessava continentes.
O tempo trouxe o alívio que o coração dela precisava. Conheceu amigas de diferentes partes do mundo, cada uma com histórias de mudanças únicas, mas com o mesmo desejo de morar em Londres e se aventurar pelo mundo.
Juntas, fizeram da nova cidade um lar compartilhado, explorando cada lugar com olhos curiosos e corações conectados.
E quando tudo parecia ir bem, ela perdeu o emprego. Chorou, ficou com medo e se isolou por um tempo.
Mas, não, essa não é uma história de desafios, é uma história de coragem e superação.
Os dias atuais
De uma mulher que não tinha vindo de tão longe para parar apenas ali. Foi então que ela entendeu que existiam muitas possibilidades.
E que a mesma conexão que tinha com a família à distância, poderia te abrir novas oportunidades.
Com a mesma agilidade da primeira mudança, mudou de área. Viu nas redes sociais uma oportunidade e decidiu empreender.
Passou a atender como social media, recomeçou a sua vida e luta diariamente para crescer.
Se será assim para sempre? Ainda é cedo para saber.
O que vale nesse momento, é que é só o começo da história de uma mulher que não tem medo de viver!