
Imagine viver em um mundo onde a sua própria identidade parece ser uma paisagem em constante transformação, onde diferentes “eu’s” dividem o mesmo corpo, cada um com sua própria história, emoções e comportamentos. Esse é o universo complexo e desafiador de quem enfrenta o Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI), que você conhecerá mais detalhes ao longo deste texto.
Então, vamos juntos mergulhar nos aspectos profundos e, até mesmo, por vezes incompreendidos do TDI, conhecendo informações importantes sobre a condição!
O que é o Transtorno Dissociativo de Identidade?
Primeiramente, trata-se de um distúrbio psicológico que ocorre quando uma pessoa desenvolve múltiplas identidades ou estados de personalidade, cada uma com seus próprios padrões de comportamento, memórias e maneiras de perceber o mundo. Desse modo, essas diferentes identidades, também chamadas de “alters,” podem ter idades, gêneros e características diferentes, e podem até ter suas próprias memórias e preferências.
Uma das características mais marcantes do TDI é a amnésia dissociativa, onde a pessoa pode esquecer eventos importantes que ocorreram enquanto uma das outras identidades estava no controle. Aliás, o transtorno pode levar a lapsos de memória significativos e a uma sensação de desorientação quando a pessoa “retorna” a uma de suas identidades principais.
O que é importante entender, é que o TDI é mais do que uma série de diferentes personas. Trata-se de uma manifestação de uma mente que se fragmenta como um reflexo de experiências dolorosas e sobrecarregadas. Dessa forma, cada identidade pode representar uma parte da vida do indivíduo, ajudando-o a lidar com traumas que, de outra forma, seriam esmagadores.
Quais são os sintomas do Transtorno Dissociativo de Identidade?
Os sintomas do TDI podem variar amplamente de pessoa para pessoa. Então, trouxemos aqui os mais comuns para que você esteja apto a reconhecê-los:
- Múltiplas identidades: a presença de duas ou mais identidades distintas, cada uma com suas próprias memórias, comportamentos e características. Elas podem alternar entre si, muitas vezes sem que a pessoa tenha controle sobre quando isso acontece.
- Amnésia dissociativa: são lapsos de memória significativos, que podem incluir a incapacidade de lembrar de eventos importantes, informações pessoais ou períodos de tempo em que outra identidade estava no controle.
- Sensação de despersonalização e desrealização: a pessoa tem sentimentos persistentes de estar desconectado de si mesmo ou de que o mundo ao seu redor não é real.
- Confusão de identidade: é uma sensação persistente de incerteza sobre quem a pessoa realmente é. Inclusive, pode se manifestar como uma confusão sobre papéis sociais, metas de vida e interesses.
- Problemas de saúde mental: as pessoas com TDI frequentemente sofrem de outros problemas de saúde mental. Por exemplo, depressão, ansiedade, automutilação, transtornos alimentares e abuso de substâncias.
- Alterações de humor e comportamento: as identidades podem ter diferentes níveis de maturidade, atitudes e formas de interagir com o mundo. E isso pode causar mudanças bruscas de humor e comportamento.
O que leva uma pessoa a ter TDI?
O Transtorno Dissociativo de Identidade é frequentemente associado a traumas graves e repetidos na infância, especialmente abusos físicos, emocionais ou sexuais. Dessa forma, a dissociação é vista como um mecanismo de defesa que a mente usa para proteger o indivíduo do sofrimento causado pela experiência traumática.
Por exemplo, quando uma criança é exposta a situações extremas que são insuportáveis, sua mente pode se “dividir” como uma forma de lidar com a dor, criando outras identidades que podem “assumir” durante esses períodos traumáticos.
Embora o trauma seja o fator mais comum associado ao desenvolvimento do TDI, não é a única causa possível. Da mesma maneira, fatores genéticos e biológicos, bem como, a ausência de um sistema de apoio emocional saudável na infância, também podem contribuir para o desenvolvimento do transtorno.
Afinal, o ambiente em que a pessoa cresce desempenha um papel crucial na formação de sua resposta a eventos traumáticos e no desenvolvimento de condições como o TDI.
Como o TDI pode ser diagnosticado?
Tendo lido até aqui, você certamente já sabe identificar os sintomas e sabe o que pode levar uma pessoa a ter TDI. Então, vamos ver como diagnosticar o Transtorno Dissociativo de Identidade, que pode ser um processo desafiador. Afinal, os sintomas podem ser facilmente confundidos com outros transtornos mentais, como esquizofrenia, transtorno bipolar ou transtornos de ansiedade.
Desse modo, o diagnóstico geralmente é feito por um profissional de saúde mental experiente.
É importante que o diagnóstico seja preciso, pois o tratamento do TDI pode ser muito diferente do tratamento para outras condições. Ou seja, um diagnóstico errado pode levar a um tratamento inadequado, o que pode agravar os sintomas e dificultar a recuperação do paciente.
Como o Transtorno Dissociativo de Identidade pode ser tratado?
O tratamento desse transtorno geralmente envolve uma abordagem complexa que inclui terapia, suporte familiar e, em alguns casos, intervenções médicas. Sem dúvidas, o principal componente do tratamento é a psicoterapia e pode incluir várias abordagens, conforme vamos ver a seguir:
- Terapia Cognitivo Comportamental (TCC): ajuda a pessoa a reconhecer e mudar padrões de pensamento e comportamento que estão associados às diferentes identidades e ao trauma sofrido;
- Terapia focada no trauma: a abordagem se concentra em ajudar a pessoa a processar e integrar as experiências traumáticas que podem ter contribuído para o desenvolvimento do TDI;
- Terapia de integração de identidades: o objetivo desta terapia é ajudar a pessoa a integrar suas identidades múltiplas em uma única identidade coesa. De fato, pode ser um processo longo e complexo, mas pode levar a uma melhora significativa na qualidade de vida;
- Terapia de suporte: envolve fornecer suporte emocional contínuo à pessoa, ajudando-a a lidar com os desafios diários e a reduzir o impacto dos sintomas em sua vida.
Conclusão
Além da psicoterapia, é crucial que a pessoa com TDI tenha um sistema de suporte sólido, incluindo familiares, amigos e, possivelmente, grupos de apoio. Esses sistemas podem fornecer a estabilidade e o entendimento necessários para que a pessoa se sinta segura e compreendida enquanto trabalha para superar seus desafios.
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